“Fui o paciente mais chato. Não sentia as pernas e queria ir sozinho ao WC”
O fim antecipado do calvário que Vasco Sousa teve de enfrentar desde fevereiro deu origem a um mini documentário, produzido e divulgado ontem pelo FC Porto, com testemunhos do próprio, da namorada (Joana Guise) e do cirurgião (António Sousa) que o operou. Uma recuperação vertiginosa, alimentada pela vontade do internacional sub-21 português terminar 2024/25 a jogar. “Desde cedo que disse que ia estar pronto para o Mundial e que não iam ser três meses [de recuperação], que iam ser menos”, contou Vasco, sem esquecer “o trabalho e os sacrifícios” que teve de fazer. “A partir do momento em que fui operado, perguntei logo o que podia fazer. Fui o paciente mais chato que tiveram. Queria ir embora. Não sentia as pernas e queria ir sozinho ao WC”, relatou o médio, que diariamente fazia uma caminhada de dois quilómetros, mesmo apoiado em canadianas.
lhando para trás, Vasco Sousa sabe “perfeitamente que Zé Carlos (Farense) não foi ao lance com a intenção de magoar”. “Até somos grandes amigos fora de campo, mas quem vai à guerra está sujeito”, reconhece. No entanto, assume que “podia ter evitado o choque”. “Como sempre, tento dar tudo em campo, nem que seja durante um segundo. Faltavam 30 segundos e era evitável, mas, como tenho isto no meu sangue, tenho que dar tudo no que faço na vida”, garantiu.
De resto, o médio acredita que é esta atitude que faz com que caia no goto dos adeptos. “Tenho um lema na minha cabeça: posso errar e até não jogar bem, mas a entrega e a vontade têm de estar presentes, porque a mística do FC Porto é a raça e esse querer”, lembrou. O regresso à competição, contra o Wydad de Casablanca, mostrou um Vasco Sousa “sem medo”. “Disse logo ao doutor que, quando me autorizassem a ir para o campo, ia logo com tudo. Sabia que as dores eram normais, mas fui com tudo. Disse que, se voltasse a jogar ao mais alto nível, também vou estar predisposto a ir a todos os lances como se fosse o único na minha vida”, referiu o internacional sub-21, que encara este primeiro ano em definitivo na equipa principal recheado de ensinamentos. “Até fevereiro tinha sido um ano com muitas aprendizagens e depois daí ainda mais. Mas, no FC Porto, é sempre bom. Estava a desfrutar. Era o meu primeiro ano em definitivo na equipa principal, desde cedo tinha tudo para dar certo. Mas foi uma aprendizagem”, catalogou.
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