Hojé há derbi entre Vitória e Braga: um a ver desforra, outro equilíbrio
O dérbi deste domingo, no D. Afonso Henriques, é caldo de emoções bem temperado, como sempre, mas desta vez com o picante extra de o Vitória poder igualar o número de triunfos do Braga no campeonato. Os bracarenses, mais expansivos nas suas intenções nos últimos 15 anos, gozam de 52 vitórias, contra 51 dos vimaranenses, sobrando 28 empates. Haverá, no castelo, certamente, fúria por esse desígnio, até porque, na pele de anfitrião, o Vitória agarrou 39 triunfos em 65 jogos contra o rival, que venceu em 23/24 pela 12.ª vez no reduto inimigo.
A história é antiga: das disputas iniciais na 2.ª divisão, Série Minho, em 38/39, às primeiras colisões na divisão maior de Portugal. Contam-se 131 jogos neste escalão principal entre conquistadores e guerreiros ou, se brindados com os mimos da hostilidade contrária, entre espanhóis e marroquinos, código de alta tensão quando as guerras verbais resvalam e conduzem a energia extra, acelerando os batimentos.
De alto teor de imprevisibilidade, condutas no limite, no campo e nas bancadas, este é um dérbi e também um clássico, seguramente um dérbi clássico, que ferve antes e para lá dos noventa minutos. Soltam-se picardias e gritam-se animosidades. Os históricos de ambas as casas também pontuam o momento, trazendo-se aqui a recordação de um 5-3, o segundo resultado mais volumoso, após o jogo de estreia entre as duas equipas. Só um 9-2, de 38/39, teve maior colorido de celebrações do que o dia em que Paulinho Cascavel marcou primeiro “hat-trick” ao Braga, no tal 5-3 de 85-86.
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“É um duelo muito aguerrido, onde impera um grande equilíbrio. Há sempre emoção e muita pressão. Acredito que o Vitória tem todas as condições de conseguir vencer e igualar o Braga no registo estatístico. Nesse 5-3, tivemos domínio amplo até aos 70 minutos, foi um Vitória a esmagar, e que chegou aos 5-0. Fiz os meus três golos ,e marcaria depois outro ‘hat-trick’ ao Braga. Na fase final do jogo, houve um relaxamento e o Braga assustou”, recorda a lenda brasileira do Vitória.
Pelos guerreiros viveu esse jogo António Conceição. “Tivemos a perder por margem dilatada, era um excelente Vitória, que tinha Cascavel. Tínhamos mudado de treinador, estávamos à procura de um rumo melhor. Este será mais um jogo interessante, onde as massas associativas dão o máximo da sua força. No campo, o Braga parece ter saído melhor do mercado de inverno, o Vitória ainda tenta ganhar uma produção consistente e reencontrar a sua qualidade. O Braga encontrou um caminho melhor; perdendo jogadores, o Vitória procura o futebol de antes. É difícil antecipar quem leva vantagem”, afiança
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