“Pensei que Gyokeres deixasse o Sporting a meio da época, mas seria trágico”
Figura incontornável do Vitória de Guimarães e Sporting – foi artilheiro do campeonato pelos dois clubes –, Paulinho Cascavel, ídolo dos anos 80, segue a par e passo o futebol português, com especial atenção para os clubes, sim, leu bem, os clubes do seu coração. “Confesso que estou com o coração dividido para este fim de semana. O Vitória de Guimarães poderia ter facilitado a minha vida se não tivesse falhado contra o Farense, mereciam todos uma surra…”, atirou em jeito de brincadeira para início de conversa.
Durante os fins de semana, o antigo goleador viaja para a sua fazenda no norte do Brasil e ninguém o arranca de casa sem saber o que se passa com os “seus” dois clubes. “Estou convencido de que o Vitória vai qualificar-se para a Liga Conferência e o Sporting só pode ser campeão. É evidente que pela dimensão dos títulos, estou a puxar mais pelo Sporting. Não podem perder a oportunidade. Fico com o coração partido, mas é mesmo assim a vida”, sublinhou, detalhando: “O Sporting joga em casa, num ambiente favorável, junto dos seus adeptos, parece-me que dificilmente alguém consegue alterar o figurino do jogo. Portanto, penso que o Sporting irá ganhar e dar mais um título de campeão nacional aos seus adeptos.”
Depois do adeus ao futebol, Paulinho, agora com 65 anos, dedicou-se às suas empresas de construção civil e à sua fazenda. Para trás, ficaram muitos golos. No V. Guimarães foram 60 em 76 partidas. No Sporting, foram 48 em 110 jogos. A relação com a baliza foi sempre muito eficaz e, tal como acontece com Gyokeres, foi o artilheiro da liga portuguesa durante duas temporadas – o internacional sueco está a caminho da segunda. “Realmente o Gyokeres está noutro patamar. É um jogador fantástico. Pensei até que deixasse o Sporting a meio da época, mas isso seria trágico para a equipa. Estive em Alvalade no jogo da primeira volta contra o Benfica. É um jogador com muita qualidade e apesar de estar focado na baliza e marcar muitos golos, trabalha imenso para a equipa, aliás, como se viu no fim de semana contra o Benfica. Todo o jogo de ataque do Sporting passa por ele, carregou a equipa. Infelizmente, não deve ficar mais tempo. É impossível mantê-lo”, acrescentou o antigo goleador, reafirmando o desejo de que o camisola 9 seja Bota de Ouro. “Trata-se de um troféu muito significativo e ele merece ganhá-lo. Quando estive em Lisboa, tive oportunidade de estar alguns momentos com um familiar dele e fiquei com a sensação de que se trata de um jogador que faz também bom balneário, é um bom amigo”. “No sábado, vou ficar colado à televisão a ver o jogo. Não vou comer feijoada porque pode dar sono. Vou assistir ao jogo e beber uma cervejinha. Não podem facilitar, com o Gil Vicente foi em cima da hora”, concluiu.
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