Rui Borges confirma ausência de Hjulmand, Brito em dúvida e Geny à procura da melhor forma

Rui Borges, treinador do Sporting, fez este domingo a conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Estoril, marcado para amanhã, às 20:15, no Estádio José Alvalade, a contar para a 24.ª jornada do campeonato.

Contrariar bom momento do Estoril: “O plano estratégico é olharmos mais para nós, para o aumento da nossa confiança. Tentar ao máximo ter um entendimento cada vez melhor dos comportamentos, por todos os constrangimentos que temos tido. É importante estarmos focados em nós. É um adversário que está numa fase muito positiva, com uma dinâmica muito boa, confiantes. Vão criar-nos dificuldades, mas também têm de estar cientes que vão defrontar o 1.º classificado e que também terão dificuldades em Alvalade. Temos de procurar comportamentos que anulem o Estoril, focados também em aumentar os índices físicos, a confiança. Não há muito tempo, o mais importante é estarmos focados na nossa equipa”.

Hjulmand recuperável? “Não, Hjulmand está fora do jogo”.

 

Críticas injustas perante lesões e pouco tempo para treinar: “É um pouco isso que acabou de dizer. Não temos conseguido implementar a ideia de jogo. Se olharem para o nosso trajeto enquanto equipa técnica, percebem claramente a nossa ideia de jogo. Tentámos, dentro do que tem acontecido, porque não temos muito tempo para treinar, mas mais do que isso é não termos os jogadores disponíveis. Juntando tudo isso, e vocês falam muitas vezes nisso, a equipa não está adaptada para o modelo, foi feita para um estilo de jogo muito próprio. Logo aí já seria preciso adaptações. Acrescentando a isso, as várias ausências que temos tido por causa dos castigos, lesões. Há falta de tempo para treinar. Tem sido um desafio diferente e já o disse várias vezes. Temos tentado adaptar-nos ao que tem acontecido, aos jogadores. Mas claramente estamos longe da ideia do Rui Borges. Mas não adianta estar aqui a lamentar-me. O treinador está aqui para isso, tenho de me adaptar ao contexto, ao momento. Tem sido bastante desafiante, englobar tudo o que nos tem acontecido. Mas, acima de tudo, faz-me crescer enquanto treinador para, no futuro, estarmos mais capazes ou melhores. Mas não estamos perto da ideia do Rui Borges, basta olhar para os jogos e ver a maneira de jogar das nossas equipas de anos anteriores. Está longe em termos de comportamentos adquiridos que queremos e gostamos. Mas é o que é.”

 

Críticas? “Fazem parte. Desde que optei por ser treinador do futebol, sabia bem que ia estar exposto à crítica. Não me belisca em nada.”

 

Lesão de Pedro Gonçalves: “Ele falou do tendão, não especificou. Mas foi claro. O Pote simplesmente partilhou algo para as pessoas não acreditarem em algo de fora. Nem tinha a ver com a lesão, tinha a ver com outros fatores. Sentiu a necessidade de explicar para fora. Eu já disse que era uma lesão muito própria e que precisava da recuperação correta. Olho para a necessidade de se justificar, e bem, perante algo que estavam a partilhar e que nada tinha a ver com a lesão”.

 

Gyokeres está recuperado? “Sim, está recuperado. Voltou também num jogo de Taça. Quem está de fora diz sempre ‘eu punha este onze, aquele e o outro’. Não sabem nada do que é ser jogador de futebol, e ser treinador requer muitas leituras. O jogo com o Gil era de Taça, podia ir até aos 120 minutos. Ele está recuperado, a treinar sem qualquer problema ou condicionante. Já corremos esse risco no jogo com o Arouca, não estava previsto aguentá-lo até final. Demos 90, depois 90, depois fizemos uma pausa. Temos de ter algum cuidado, mas está preparado para mais 90 minutos”.

 

37 jogadores utilizados esta época: “Dizemos sempre que a sorte de uns é o azar dos outros. Oportunidade dos miúdos, que têm concretizado sonhos. Trabalham para isso na equipa B e depois connosco, nos treinos. É o que é. É fazer a adaptação à circunstância, ao que tem acontecido e tentarmos ser o mais competentes possível no nosso trabalho”.

Regresso à linha de quatro defesas: “Adaptações tenho de fazer sempre, por isso é que digo que tem sido bastante desafiante. A linha de quatro e de cinco é muito subjetiva. Já o disse várias vezes. Posso começar com uma linha de cinco e de repente estamos a pressionar a quatro, construir com uma linha de três que de repente se forma para uma de quatro. O mais importante é a disponibilidade. Não temos muito tempo para treinar comportamentos, a repetição para mim é muito importante. É ir ao conforto dos jogadores que temos disponíveis, dentro de algo que também já está na cabeça deles. Não fugir muito. Ir ao encontro de coisas que já têm no chip. Para tentarmos ser melhores, mais eficazes. Mais do que o sistema em si, olhar para os jogadores e adaptar-nos aos comportamentos e qualidades individuais”.

 

Regressos à vista? “St. Juste está fora, Hjulmand está fora, Geny já voltou no Gil Vicente mas ainda está à procura da melhor forma. O Alexandre Brito está em dúvida, estou a dar uma notícia. Saiu com algumas queixas físicas.”

 

Debast no meio-campo sem Hjulmand: “Falei com o Zeno nos primeiros dias. Tem um perfil e uma personalidade fantástica para um miúdo de 20 anos. Assim como disse do Simões, acho que o Zeno será facilmente um líder no futuro, um bom capitão. Depois, tem caraterísticas adaptáveis e percebe que a equipa precisa disso. Ele tenta, ajuda e ouve. Tem tido uma capacidade enorme, individual, de ouvir, querer aprender, de se adaptar, de não se queixar. E podia queixar-se, porque apesar de novo é internacional. Poderia criar algum desconforto o facto de não jogar na sua posição no clube, mas nunca o demonstrou. Está sempre disponível, feliz no dia-a-dia. Os colegas olham para ele de forma diferente, no sentido de reconhecerem muita qualidade. Torna-se fácil a adaptação. Está disponível para ajudar, independentemente da posição”.

 

Adeptos têm visto atitude. Qual o prazo para verem a inspiração? “Inspiração já viram em alguns momentos, curtos mas viram. Não foi tudo mau… Atitude também houve. Faltou apenas e só neste jogo do Gil, na 1.ª parte. Disse-o claramente, foi a pior 1.ª parte que fizemos desde que chegámos enquanto equipa técnica. Prazo? Não há prazo. Precisamos de tempo para trabalhar, de ter todos disponíveis para assimilar. É o que é. Não me vou lamentar. A crítica passa-me ao lado, faz parte. Não me chateia em nada. Sei bem que, às vezes, vamos ganhar na atitude. Eu quero é ganhar. E contra o Gil, foi na atitude da 2.ª parte. Essa tem de lá estar primeiro. Não estamos com tempo para fazer aqui músicas bonitas. Estamos com tempo de ser eficazes, competentes e depois, aos poucos, ganhar a capacidade de ter mais qualidade nos jogos durante mais tempo. Quero é ganhar. A atitude não pode faltar. Depois sim, a inspiração vai aparecer. Em momentos mais curtos, noutras alturas em momentos mais longos”.

 

Jovens preparados para jogar no meio-campo: “Estão todos, têm de estar. A exigência é grande, a qualquer momento pode surgir uma oportunidade e eles têm de a agarrar. A confiança do treinador têm porque jogam. Jogou o Simões, o Brito… Se calhar nem estava a ser titularíssimo na equipa B. Às vezes é muito daquilo que é a leitura de cada um. O Edu (Felicíssimo) estreou-se, o Kauã também. O Manuel (Mendonça) também tem vindo, o (Henrique Arreiol) também. Passa muito por isso. O Esgaio também pode fazer a posição adaptado. Disse que se ganhássemos com 11 jogadores dava dois dias de folga. E amanhã temos de ser competentes para ganhar o jogo”.

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